sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Por que assumir ser gay?

Vocês já pararam para pensar que o termo “assumir” só existe simplesmente porque a homossexualidade ainda não está aceita? Na maioria das vezes, ou até mesmo em todas, que usamos o verbo “assumir” estamos denotando culpa. Assumir algo refere-se automaticamente a alguma coisa ruim, por mais que se possa usar a palavra no sentido de assumir coisas boas.




Bom, em primeiro lugar temos que definir exatamente o que esse verbo significa. Nesse link podemos ver o significado do verbo “assumir” segundo o dicionário Aurélio:


ASSUMIR: v.t. Encarregar-se de: assumir um pesado encargo. / Aceitar, tomar para si: assumir toda a responsabilidade.
Como podemos observar, o uso dessa palavra no âmbito gay já significa muitas coisas que estão camufladas.

Somos culpados por sermos gays então? Realmente perante a sociedade que coloca ideias preconceituosas nas cabeças de nossos pais, primos e primas casados, tios e até mesmo avós, considero muito justo o uso desse verbo. Afinal, se realmente falarmos para alguns entes familiares sobre a nossa direção sexual, teremos com a maior certeza que arcar com muitas responsabilidades desagradáveis e assumir um pesado encargo. Percebam que a própria sociedade ou quem quer que tenha usado essa palavra pela primeira vez nesse sentido, inconscientemente, nos intimida de falarmos para outras pessoas sobre a nossa homossexualidade, partindo de um princípio que isso é algo errado.




Muitas pessoas, até mesmo entre os gays, pensam muito e chegam a perguntar entre si se os pais de alguns gays que eles conhecem sabem sobre a sexualidade dos seus respectivos filhos. E confesso que isso causa muita curiosidade mesmo, porém tenho certeza que o mais importante não é se nossos pais sabem e nos aceitam e sim se nós mesmos já nos aceitamos. Somos assumidos para nós mesmos?


Um gay assumindo-se



       Você pode enganar muitas e talvez até todas as pessoas que estão ao seu redor sobre a sua direção sexual, porém nunca para si mesmo, não é? Mesmo que você não tenha trejeitos, como alguns gays, você consegue surpreender a si mesmo no momento que percebe que acha alguns homens bonitos nas ruas. Esses gays que não tem trejeitos usam a falta de informação da sociedade para se guardarem ainda mais fundo em seus “armários”, uma vez que a sociedade tem a ideia fixa que o gays são aqueles homens efeminados, que usam roupas apertadas, tem a voz fina. Acho isso bem digno! Uma vez que a sociedade não nos aceita AINDA, então nada é mais justo de que ela não possa nos identificar com eficiência, já que nos trata TÃO MAL.

       Enfim, o mais importante é se aceitar. É totalmente compreensível você não querer que os outros saibam sobre a sua sexualidade, devido ao mundo que ainda vivemos. Porém, não é saudável psicologicamente não contar a si mesmo que você é gay. Sei que muitos passam pela fase de achar que isso é passageiro, que transando com mulheres talvez a vontade passe... Mas o quanto antes “assumir pra si mesmo” melhor.

       O fato de se aceitar faz com que muitas perguntas sejam respondidas para si mesmo, porém em compensação, se sua família não souber, por exemplo, você perceberá que vai começar a tentar evitar conversas familiares sobre namoros, sexo e todo assunto que possa ser direcionado a algo delicado de sua vida sexual. Realmente isso é muito complicado, pois enquanto primos e irmãos se casam, você ainda continua sendo aquele cara que quase ou nunca levou nenhuma menina para sua família conhecer.







Sei que muitos gays tem certeza que morrerão sem ninguém saber sobre sua sexualidade, porém sou a favor de falar para familiares, amigos e conhecidos, pois só assim nossa causa será realmente vista e começará acostumar esse povo que nós podemos conviver sem influenciar seus adoráveis filhos a beijar homens. Não quero dizer que devemos anunciar a nossa homossexualidade, mas sim que ela seja tratada por nós mesmos de uma maneira mais natural e aberta para servir de exemplo para os outros. Já que não faz o menor sentido querer a naturalidade e abertura para a homossexualidade, sem tratá-la como tal




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